Tailândia é homofóbica?

Tailândia é LGBT-friendly? O que esperar como turista

Os tailandeses são amplamente reconhecidos pela forma respeitosa com que tratam as pessoas, independentemente de onde vêm ou de quem são. Esse acolhimento também se estende à comunidade LGBTQIA+ e faz parte da maneira como o país lida, no dia a dia, com as diferenças.

Em janeiro de 2025, entrou em vigor a Lei do Casamento Igualitário, que permite que casais do mesmo sexo se casem legalmente e tenham os mesmos direitos em áreas como herança, saúde e adoção. A Tailândia se tornou o primeiro país do Sudeste Asiático a dar esse passo, e isso diz muito sobre o momento que o país vive.

É claro que a homossexualidade na Tailândia não é nenhuma novidade. Mas agora ela começa a ser reconhecida formalmente. E isso impacta diretamente quem visita o país.

Se você está vindo como turista gay, lésbica, bi, trans, queer ou qualquer outra identidade dentro do espectro LGBTQIA+, a resposta curta é: sim, a Tailândia é LGBT-friendly. E mais do que isso, é um destino onde você vai se sentir bem-vindo.

Tailândia é homofóbica?

Não. A homossexualidade na Tailândia não é criminalizada, e o país tem uma longa história de representações queer na cultura, especialmente nas artes e na televisão. A série tailandesa Boys’ love, muito popular em toda a Ásia e também no Brasil, por exemplo, movimentou mais de 4 bilhões de baht em 2023 (cerca de R$ 682 milhões). Outras séries recentes, como Shine, também abordam temas importantes para a comunidade LGBTQIA+ e são obras 100% tailandesas.

Mas isso não significa que não existam preconceitos. Assim como no Brasil, a aceitação familiar ainda é um desafio. Um estudo da ONU mostrou que, apesar de 88% dos tailandeses afirmarem aceitar pessoas LGBT fora da família, esse número cai para 75% quando se trata de aceitar um familiar. E quase metade das pessoas LGBT relatam já ter enfrentado algum tipo de discriminação dentro de casa.

Em espaços públicos e destinos turísticos, a receptividade é evidente. Mas, como em qualquer lugar do mundo, respeito e sensibilidade cultural são essenciais.

E como é o turismo LGBTQIA+?

Segundo a Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT), o gasto médio dos turistas LGBTQIA+ ultrapassou 73 mil baht por viagem em 2024 (cerca de R$ 12.465), um aumento de 38% em relação ao ano anterior. Além disso, 68,97% desses viajantes estavam vindo pela primeira vez ao país, o que mostra que a Tailândia continua atraente e segura.

E não estamos falando apenas de dinheiro. A Tailândia tem investido em infraestrutura e campanhas específicas para o público LGBTQIA+, como a organização de casamentos coletivos entre pessoas do mesmo sexo, promoções em hotéis e eventos como o Bangkok Pride, que reuniu turistas do mundo inteiro.

A cidade sede da Experiência Tailândia, Chiang Mai, também teve vários eventos no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.

O evento reuniu milhares de pessoas, incluindo turistas que estavam por aqui e participaram das apresentações, concursos e celebrações com os tailandeses.

O que esperar como turista LGBTQIA+

Se você está planejando vir com seu parceiro ou parceira, pode esperar uma viagem tranquila, com opções de hospedagem que acolhem casais do mesmo sexo sem tratamento diferenciado. Hotéis em lugares como Bangkok, Chiang Mai e Krabi já trabalham com pacotes para casamentos e luas de mel LGBTQIA+

Em Bangkok, áreas como Silom e Sathorn concentram bares, spas e hotéis que recebem bem o público LGBTQIA+. Em Pattaya, o Tiffany’s Show, com artistas trans em performances musicais grandiosas, é sucesso desde 1974 e já atraiu mais de 30 milhões de espectadores.

Mas o mais importante talvez nem esteja nos números ou nas leis. Está no jeito como o povo tailandês lida com a diferença. A cultura local, fortemente influenciada pelo budismo, prega o respeito e o não julgamento. Existe curiosidade, claro, mas não aquela tensão que às vezes sentimos no Brasil.

Brasileiros viajam tranquilos por aqui 

Nos últimos anos, acompanhei diversos grupos brasileiros em viagens pela Tailândia, incluindo pessoas da comunidade LGBTQIA+. Em todas as ocasiões, os relatos eram de respeito e acolhimento.

Acompanhei pelas redes sociais a viagem romântica de Luiza Martins e Marcela Mcgowan. O casal curtiu dias de praia, passeios de barco e muita tranquilidade na Tailândia, tanto que a cantora sertaneja Luiza Martins transformou a experiência em música. “Se quiser se mudar pra Tailândia agora, eu dou tchau pro Brasil”, quem aí já ouviu esse sucesso? Elas também visitaram templos e outros pontos turísticos, e, segundo Luiza, a viagem foi “uma virada de chave” na vida dela. Voltou renovada, depois de anos sem férias. Disse que largou o celular e viveu. E isso diz muito sobre o que esse país provoca em quem vem com o coração aberto.

Outro que desembarcou por aqui recentemente foi o David Brazil. Compartilhou nas suas redes sociais o passeio guiado pelo Theazinho (tailandês fundador da Experiência Tailândia e fluente em português), se divertiu e divertiu todos à sua volta.

Esses relatos dizem muito sobre o clima de respeito, leveza e acolhimento que você vai encontrar por aqui. Não é sobre ser tolerado, é sobre ser recebido com carinho, com sorriso no rosto e com a sensação de que você é bem-vindo, exatamente como é.

Te esperamos na Tailândia

Viajar para a Tailândia sendo gay, lésbica, trans, bi ou queer é uma escolha que une cultura, conforto e liberdade. Aqui, inclusão não é um slogan: é prática, é convivência, é cotidiano.

Nos vemos na Tailândia.
Poli Przybyszewski
Redatora na Experiência Tailândia.